quarta-feira, 19 de novembro de 2008

PARAPATINGAS, RIO DE ÁGUAS BRANCAS.....






Recanto hístorico esquecido da Ilha de Itaparica, com registro do ano 1746, quando um português de nome Simão Braz, embarcou com destino à Bahia, trazendo consigo uma imagem de São Simão de quem era devoto. Se fixou na Ilha de Itaparica, onde adquiriu a fazenda Parapitingas (palavra de orig. Tupi : Rio de Águas brancas).
No dia 28 daquele mesmo ano, mandou celebrar a primeira missa em louvor ao santo Apóstolo, dando assim início a uma tradição que, ao longo dos séculos, tem resistido ao tempo e as mudanças.

Em Parapatingas, o dia 28 de outubro sempre foi muito concorrido, transformando aquele pacato e bucólico recanto num movimentado núcleo de concentração popular, onde um povo simples e devoto, descendente dos negros escravizados daquele local, comparece expressando sua ancestralidade. Mal desponta o dia já o clima de comemoração se apresenta com a alvorada dos foguetes, o banho nas águas limpas do Rio São Simão, as vivas e saudações.... A devoção dos fiéis se mistura ao entusiasmo dos demais participantes, dando à festividade uma dinâmica impressionante que nos faz sentir o passado e viver o presente.
Texto publicado na "Tribuna da Ilha" - nov. 86

Como moradores da Ilha a mais de 20 anos, tomamos a iniciativa de resgatar o lado cultural da Festa que no passado era realizada pelos trabalhores da fazenda e comunidades vizinhas. A participação das manifestações culturais da ilha e o convite feita à comunidade deram uma nova vida a Festa. Quisemos dar também uma atenção especial aos problemas ambientais que essa terra extensa está sofrendo, como a degradação do rio São Simão, que está prestes a desaparecer, a preservação da mata nativa, e uma atenção especial ao velho Tamarineiro, gigante mas frágil devido a idade, tão perfeitamente integrado à paisagem.

O cortejo reunindo os grupos culturais fez subir muita poeira no caminho do largo do Tamarineiro, a Sambadeiras da Conceição, o grupo “Boiada multicor”, o grupo “Anitchié” de musica tradicional africana, o grupo cultural “Alafiã”, os grupos de capoeira “Negos e Brancos”, capoeira angola “Paraguassu”, Luis Preto, o grupo “Malta da Serra” e o grupo de crianças “Angoleiros do mar” participaram desse resgate a memória popular do povo brasileiro.

Nenhum comentário: